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    Adaptação 2009, EFOMM » quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 »
    Linguajar de Marinha

    Esta matéria faz parte do Especial Adaptação 2009, clique para ler mais

    Capa do Guia do Estudante 2009

    Capa do Guia do Estudante 2009

    Antes que percebam seus filhos e filhas logo estarão incorporando várias das gírias do linguajar de Marinha. No Guia do Estudante, fornecido aos candidatos logo que se apresentaram, existe uma lista compreensiva com várias dessas expressões, seus significados e sua história. Este é um “Guia dos Pais”, com expressões que utilizamos no Pelicano mesmo sem perceber e que seus filhos estarão da mesma forma usando em breve.

    Termos corriqueiros

    Safo
    É talvez a palavra mais usual na Marinha, serve para tudo que está correndo bem ou para tudo que faz as coisas correrem bem: Oficial safo, marinheiro safo.

    • “A faina está safa”. (não há problemas)
    • “A entrada está safa, pode demandar”. (não há bancos de areia)

    Um cara safo é aquele que consegue resolver tudo.

    Corda e cabo
    Diz-se que na Marinha não há corda. Tudo é cabo. Cabos grossos e cabos finos, cabos fixos e cabo de laborar…, mas tudo é cabo.No entanto, existem duas exceções:

    • a corda do sino; e
    • a corda dos relógios.
    Safa onça
    É a combinação das duas expressões anteriores. Significa salvação. Safa onça é tudo que soluciona uma emergência.

    • “Safei a onça, agarrando-me a uma tábua que flutuava”.
    • “O meu safa onça foi um pedaço de queijo que ainda restava no barco; do contrário morreria de fome”.
    Pegar
    É o contrário de estar safo. Está pegando significa que não está dando certo.

    • “Tenente, o rancho está pegando! Não chegou carne”.
    • “Este marinheiro ainda está muito inexperiente: com ele tudo pega”.
    • “Comandante, não pude chegar a tempo, a lancha pegou bem no meio da baía”.

    Parece que a expressão vem de “pega tempo”, ou seja, pegar mau tempo.

    • “Fulano está pegando tempo, para resolver a primeira questão da sua prova”.
    • “Aquele marujo não conseguiu safar-se para a parada: pegou tempo para arranjar boné novo”.
    Bizu (boi)
    Conselho, dica, aviso, informação que lhe seja útil.

    Bizuleu
    O contrário de Bizu. Mau conselho ou algo ruim.

    Alvorada
    Hora em que o aluno deve acordar.

    Silêncio
    Hora em que o aluno deve se recolher ao camarote para dormir.

    Jacuba
    É o nome que a Marinha dá a refrescos.

    Marujo...

    Marujo...

    Termos menos usuais

    • A bordo – estar em uma embarcação, ou em uma OM (Organização Militar) de terra;
    • Apagado – pessoa devagar / que tenta não chamar atenção;
    • Aperto, apertar a voga – rigidez, ser mais rígido;
    • Baixar terra – sair do navio ou da OM;
    • BRAVO ZULU – “excelente!”, O Parabéns de Marinha;
    • Campanha – companheiro de ano (no caso, todos os candidatos são campanhas entre si);
    • Cartear – falar alguma coisa que nada tem a ver com a situação quando não se sabe o que dizer;
    • Cochado – alguém protegido, favorecido;
    • Cocha – favorecimento, ajuda;
    • Dar volta, última forma – mudar de idéia, cancelar uma atividade;
    • De agarra – algo largado (materiais deixados fora dos armários, por exemplo);
    • De pau – estar de serviço;
    • Escamar – fugir do trabalho;
    • Escamão – aquele que não realiza suas atividades;
    • Faina – tarefa;
    • Faxina – qualquer tipo de faina;
    • Ferro – âncora;
    • Içar – denunciar, delatar, dedurar;
    • Jacuba – suco, refresco de Marinha;
    • Manobra – ação com agilidade;
    • Marear – enjoar (em um navio);
    • Mocar – não passar o bizu, esconder conhecimento, não divulgar determinada informação;
    • Pagar – servir/entregar algo ou determinar faina para alguém;
    • Pagar embuste – contar vantagem;
    • Pega nada! – quando está tudo safo, sem chance de dar errado, sem problemas;
    • P.S – problema, pendência;
    • Rancho – é tanto o local onde as refeições são realizadas, o refeitório, quanto a própria refeição;
    • Rebarbão – aquele que questiona ou pondera a ordem do superior;
    • Reforma – comer pela segunda vez;
    • Rela – lista, relação de itens ou coisas;
    • Soldo – salário, pagamento;
    • TFM – Treinamento Físico Militar, prática de esportes;
    • Tocar Marinha – fazer valer sua antiguidade, se impor;
    • Velha guarda – militar antigo;
    • Vibrão – aquele com garra, com vontade;
    • Virar gás – sumir, desaparecer.

    por Of. Al. Lorenzeto

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    Comentários

    1. Luiz & Cristina disse:

      Ao pessoal do Jornal, gostei muito desse linguajar, assim quando meu filho retornar eu poderei entende-lo sem nenhuma dificuldade. Achei muito interessante e bem divertida as expressões e seus significados.

    2. Taynara disse:

      Olá pessoal… Gostaria de agradecer à equipe de alunos que mantem o jornal e que tem atualizado este site, por nos permitirem estar a par de grande parte do que vem acontecendo neste período de adaptação… e agora, alem de tudo, ainda estão nos ajudando, nos dando dicas de como entender o que os candidatos a alunos falarão quando saírem desta rotina e retornarem a seus lares, publicando esta excelente matéria sobre as gírias e termos utilizados no cotidiano da EFOMM!

      É um prazer poder contar com o auxílio de vocês e uma felicidade imensa poder compartilhar alguns dos momentos deste período com outros pais!

      Obrigada por tudo!
      Fiquem com Deus!

      Eulálio, estamos esperando ansiosamente a sua volta!
      Amamos você!

    3. Sandra Lúcia Mercês Gomes da Rosa disse:

      Interessante tomarmos conhecimento dos termos corriqueiros, haja vista a nossa futura convivência com este linguajar.

      Fico feliz com a preocupação que a Equipe do Jornal Pelicano tem conosco (pais e familiares). Aprendemos muito com vocês a cada dia.
      O grupo do jornal sempre nos surpreende com novidades. São muito criativos e englobam muitas matérias úteis.

      Parabéns mais uma vez!

      À Sâmara, um imenso beijo e muito amor, de sua mãe que te admira e te espera como uma criança que aguarda um presente… TE AMO…

    4. Cesar Guto disse:

      B Z, pelo blog está excelente… gostaria de saber a origem de algumas girias, é muito intreressante saber como tudo começou.
      já sei como surgiu, onça, dona maria, jacuba…
      E o soco? que não sei.
      jebe por exemplo.

      Desde já agradeço, obrigado!

    5. marcia disse:

      solicito mais informaçoes de tudo.obrigado

    6. Carlos Ráfare disse:

      Assim de relance, senti falta dos seguintes termos (talvez por serem mais comuns na Marinha de Guerra) (em ordem alfabética): Ativa (o SAM – Serviço Ativo da Marinha); Bailéu (cadeia, prisão); Burrinha (uniforme azul que os marinheiros usavam para “baixar terra”); Caxangá (o chapéu de pano branco, redondo, que era usado pelo aluno/aspirante); Farmácia (qualquer coisa comestível que o aluno/aspirante guardava nos armários); Faxina (grupo de moças, lideradas por uma delas, que havia em cada porto, casadoiras, que ansiavam por serem convidadas para subir a bordo, quando os navios atracavam); Fobó (2º Tenente, ao embarcar pela 1ª vez); Golpista (quem não era muito chegado a cumprir os regulamentos); Já morreu (quem quer que tivesse a aparência de ser muito idoso); Jubilado (quem foi expulso do Colégio/Escola Naval, por dupla repetência de ano; Nome de guerra (pelo qual se é tratado, ao longo da carreira, desde os tempos de aluno/aspirante; Quinca (marujo, marinheiro); Rango (rancho/refeição); Relíquia (o mesmo que “Já morreu”); Reserva (situação do militar que cumpriu seu tempo de serviço, mas pode ser convocado, em casos especiais); Repetente (quem não passou de ano); Rigô (prisão rigorosa); Tocar (A corneta, em “tocou/vai tocar rancho”, “tocou/vai tocar licença; “tocou/vai tocar silêncio/alvorada” etc); Vibrador (o aluno/aspirante muito empolgado com a Marinha).Certamente existirão outras mais.
      Saudações marinheiras. CMG Ráfare (cmgrafare@superig.com.br)

    7. moises barboza disse:

      muito interessante!estão de parabens,gostaria de saber onde consigo comprar o dicionario de girias.

      atenciosamente

      moises

    8. Luana Lima disse:

      Amei o artigo, meus pais são militares, eu estudei em colégio militar, e desde pequena eu ouço essas gírias, as vezes em casa parece até um quartel quando meus pais e meu namorado estão conversando, a,
      pra completar meu namorado é fuzileiro naval, agora imaginem minha situação, as vezes eu fico boiando, mas na maioria das vezes eu consigo me safar. E este artigo me ajudou muitooo. Desde os meus 7 anos eu sempre quis servir a Marinha, espero que dê tudo certo. obs: Eu não vi a expressão “Ta de Guerra- ta de brincadeira”. Obrigada pelo espaço.
      Luana Lima

    9. Rodrigo disse:

      Nossa… matei a saudade agora.. Muitas eu nem lembrava mais. Quando sai da marinha trouxe comigo todas essas girias que aos pouco foi se perdendo no caminha. Adorei o dicionario, muito completo e nada a acrescentar. Bravo Zulu!

    10. PAULO CESAR disse:

      Boa matéria.
      Estou montando um dicionário e aceito sugestões não só da MB como das outras Forças.

    11. Jose M.Sampaio disse:

      Amigo, sou da FAB, mas sempre estive mujito próximo dos colegas da Marinha, bem como do Exército também. Aprendi muita das palavras “navais” com alguns colegas que servriram comigo na Fronteira Sul, Uruguaiana, um dels ea 2S Fuzileiro e estudávamos no Colégio dos Fazendeiros daquela Cidade. Depois junto do 5o.BEC em Porto Velho, conheci outros marinheiros de uma Capitania que esistia na Cidade, eu era o responsável pelo embarque de militares e civis de P.Velho para o Rio ou para Manaus, e sempre aprendendo a giria “embarcada”. Tambem esqueci muita coisa pois ja atingi o nível de voo de 77mil pés, to velho bicho. Quando o manual estiver pronto faça contado, me interessa bem como a um outro colega de Belém que é FAB mas opai dele foi da Marinha naquela cidade. Abraços. Vou enviar sua mensagem p/alguns amigos no Rio Grande do Sul, e para o colega de escola Fuzileiro que mora em RioGrande RS.

    12. Jose M.Sampaio disse:

      Revendo a listagem, constatei que muitas das girias também fazem parte do vocabulário da Força Aérea, rango, safo, desembarcar, ir para terra, etc.l Eu mesmo costumo “deslIZAR” E falo sempre alguma coisa.

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