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    Mundo, Navios » sexta-feira, 24 de julho de 2009 »
    Navios parados em um dos maiores portos do mundo

    Uma das maiores frotas de navios está parada em um dos maiores portos do mundo, abandonada pela maré do comércio global. Pode haver sinais hesitantes de recuperação econômica em alguns pontos do globo, mas há poucos por lá. Tantos navios se reuniram – 735, segundo a AIS Live, da Lloyd’s Register-Fairplay Research, um serviço de rastreamento de navios com sede em Londres -que as companhias marítimas estão ficando preocupadas com perdas ou colisões em umas das vias aquáticas mais congestionadas do mundo, o estreito de Malaca, o maior canal marítimo entre os oceanos Índico e Pacífico.

    A raiz do problema está na queda incomum e acentuada do comércio mundial, um problema confirmado por dados anunciados na terça-feira. A China afirmou que suas exportações caíram 22,6% em abril em relação ao ano anterior, enquanto as Filipinas disseram que suas exportações em março tiveram queda de 30,9%. Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira que suas exportações declinaram 2,4% em março.

    Os consumidores ocidentais ainda estão se ajustando à desvalorização de suas ações e os lares não estão dispostos a começar a gastar de novo em produtos importados não essenciais, disse Joshua Felman, diretor-assistente da divisão da Ásia e do Pacífico do Fundo Monetário Internacional. “Para o comércio melhorar, a demanda precisa aumentar”, ele disse. “É muito difícil que isso aconteça logo”.

    O setor de transporte marítimo está tão abatido que a tarifa diária para fretar um navio de carga de grande porte apropriado para, digamos, minério de ferro, caiu de quase US$ 300 mil no último verão para US$ 10 mil no início do ano, segundo a H. Clarkson & Co., uma corretora de navios de Londres. A tarifa voltou a subir para quase US$ 25 mil nas últimas semanas e alguns navios cargueiros deixaram Cingapura. Mas os armadores dizem que essa recuperação pode não durar muito, porque reflete principalmente uma corrida dos fabricantes de aço chineses para importar minério de ferro antes de um possível aumento de preços no mês que vem. O transporte em contêineres também mostra sinais tímidos de recuperação, mas permanece em baixa profunda. E mais navios-tanque vazios estão aparecendo por lá. Oito pequenas empresas do setor foram à falência no último ano e é provável que pelo menos uma das principais transportadoras quebre este ano, ele disse.

    As embarcações foram parar em Cingapura porque o local tem poucas tempestades, excelentes equipes de reparo de navios, combustível barato de sua própria refinaria e, mais importante, proximidade com os portos asiáticos que podem no futuro ter carregamentos para transportar. Em crises anteriores do setor, as embarcações ficavam ancoradas por meses em fiordes noruegueses e outros locais de clima frio com quase ninguém a bordo. Mas rigorosas regulamentações ambientais em praticamente todos os países de clima frio estão forçando os navios ociosos a ancorarem em locais mais quentes. Mas isso levanta preocupações de segurança. As plantas crescem muito mais rápido na parte inferior das embarcações em águas mais quentes. “Você acaba com os jardins da Babilônia pendurados no casco e isso afeta a velocidade”, disse Tim Huxley, chefe-executivo da Wah Kwong Maritime Transport, companhia marítima com sede em Hong Kong. Uma das embarcações da companhia tinha tantas plantas penduradas que mal conseguiu fugir dos piratas na Somália recentemente, disse Huxley . O navio escapou com 91 buracos de tiro.

    Os navios também estão ancorando em outros portos do mundo. Na segunda-feira, havia 150 embarcações no Estreito de Gilbratar e proximidades, e 300 em volta de Roterdã, Holanda, segundo a Lloyd’s Register. Mas Cingapura, próxima dos mercados asiáticos, atraiu muito mais navios. “É um sinal dos tempos”, disse Martin Stopford, diretor de gestão da Clarkson Research Service em Londres, “que a Ásia seja o local em que você queira ficar no caso das coisas melhorarem”.

    por Al. Soares

    Comentários

    1. Oscar Armando Baldoni disse:

      Gostaria de parabenizar a Al Soares pelo excelênte artigo.
      Reflete a realidade do momento.
      Sou um marinheiro frustrado. Nasci em beira de cais e quase entro para a marinha mercante em 1979 … ou seja, já estaria aposentado. Mas tenho uma boa biblioteca de temas do mar e estudo sempre as novidades. Uma das mais importantes é o revestimento do navio Emma Maersk, que permite desarrolhar uma velocidade obtida só em cruzadores da marinha de guerra a custa de enorme gasto de energia. Repassem a conta do tamanho das máquinas para navios muito menores atingir essa velocidade e a diferença é revolucionária. Por um momento pensei em propulsão diferente (jatos de água a pressão, etc.), mas vejo que trata-se de um motor convencional. Por isso, o mérito é dos engenheiros que desevolveram a nova técnica do revestimento das chapas do navio. Resta ver (lendo no atual comentário o tema da formação de algas, etc.), se essa pintura ou acabamento breca essa formação.
      Obrigado por vossa atenção.
      Oscar Armando Baldoni

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